quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Carvão.

Eu tive que ir ao céu
falar com aquele Moço
por ter atirado no poço
a menina dos olhos de mel.

Meu Senhor, faça isso comigo não
eu não posso viver sem ela
antes tirasse meu coração.

É uma tristeza tão grande
eu queria o diamante
não ganhei nem o carvão.

Mas aqui na minha mão
tenho tudo o que preciso
uma arma carregada
para ir em sua direção.


Por: Rossano Coutelo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A Poesia pede Férias.

O Poema foi,
mochila, tênis e ôculos de sol.

Está cansado do trabalho diário
na frente do computador.
Reclama de tendinites fonéticas e
torse colo ortográfica.

Pede tempo,
férias do subjetivismo, do soneto e do decassílabo.
Quer se preocupar com suas próprias angústias.
Quer sofrer dores suas,
Quer falar de amor sem ser hipócrita.

Vai poema,
deixas este poeta aqui.
Sozinho, taciturno
sentindo a mentira dos fatos.


Por: Cícero Augusto.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A fogueira pessimista.

Irei buscar muita madeira
Pra uma fogueira ascender
E meu corpo aquecer
Enquanto meu coração derrete

Derrete em brasas ardentes
Com um fogo eloquente
Que não da nem tempo de queimar
Só derrete, derrete, liquidificar

Antes fosse um menino levado
Pra brincar de pular a fogueira
Sentir o calor na rasteira
Mas no coração nem tem como chegar

Hoje já me contento
Com um coração pulsando latente
Mas não ver a hora de curar
Sarar de amor, pra nunca mais amar.

Por: Thiago Tenório.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

E Rita.

Isso me irrita Rita.
Essa sua maneira de amar meus amigos,
Roubando a atenção com apenas um sorriso.

Isso me irrita Rita.
Teu jeito manhoso de pedir
Carinho na hora do jogo.
Tua maneira chata
De querer ir para casa sempre na hora errada.

Isso me irrita Rita.
Teu incrível mal gosto,
Escutando sertanejo o dia todo.

Isso me irrita Rita.
Essa cara fechada,
Quando fala não diz nada.
As melhores conversas acontecem contigo calada.

Isso me irrita Rita.
Tuas ligações inconvenientes,
Ligando toda vez que ele está se divertindo com a gente.

No futebol, no botequim, na praia.
Rita sempre aparece para estragar a farrá.


Por: Cícero Augusto.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Morte em Recife.

Era tarde em Dezembro.
Num quase meia-noite.

Três virgens nuas e alvas,
Surgiram secas das águas do rio.
Anjos noturnos, medonhos e belos.

Com asas soturnas,
Calavam os raios da Lua Cheia.
De repente, tudo mais negro.
Sordidamente escuro.

Com seus esquálidos dedos,
Tocaram minha fronte.
Senti o odor que exalava de seus poros.

Cheirei a morte,
E ele cheirava a Capibaribe.


Por Cícero Augusto