quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Inês?

Que língua você fala Inês?
Que roupa você usa?
Será que você fala o francês?
Será que está nua?

Que horas você chega Inês?
Se mentes toda hora!
Que dia você volta outra vez?
Para nós irmos embora.

Inês não é casta nem nada
Fugiu há algum tempo.
Me diz o que se passa,
Que eu dobro até o vento.

Diz que ainda me ama Inês
Se for preciso mente.
Se for preciso ainda talvez
A verdade você invente.

Talvez você exista Inês
Talvez talvez nunca existiu.
Vai ver morreu antes das três
Para onde Inês partiu?

Por: Rossano Coutelo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Apenas um conto.

Um conto, um causo, uma estória, uma história
Heróis, bandido, reis, rainhas
Na chuva, no sol, na selva ou na relva
O conto de um moço que queria uma moça
O conto de uma moça que procurava um moço
Um moço já adulto mas criança
Uma moça criança mas adulta
Um dia o moço viu a moça
Um dia a moça não olhou pro moço
O moço sonhava com a moça delicada
A moça sonhava com o moço mas em seu rosto não via nada
O moço bruto, a moça delicada
O moço roceiro e a moça educada
N’outro dia o moço buscou a moça amada
Que só então se entregou encantada
O moço feliz logo mudou
A moça suspeita então o amou
Mas o conto ainda não acabou
Será que a moça e moço felizes viverão?
De um amor nascido alí naquele seco chão
Um felizes para sempre eu queria lhes dá
Mas pra moça e pro moço talvez ele não virá
É a vida que imita os contos
Todos buscam amor, felicidade e encantos
Bom mesmo é sem a certeza de que virão
Pois a vida assim tem mais emoção.

Por: Rodrigo Araújo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O Anjo e o velho.

Anjo você é de onde?
Sou do Rio de Janeiro,
Sou de todo fevereiro
Sou meio e as vezes sou inteiro.

E você velho de onde é?
Sou do mundo e o mundo
Que me é.

Mas o mundo não é muito grande velho?
Não, eu ainda vou virar universo.
Quando você vai virar universo?
Quando eu me chamar saudade.


Por: Rossano Coutelo.


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Brasil: morbidade geográfica

Tem certas coisas no meu país
Que me fazem vomitar
Um vômito sombrio
Como uma regurgitação
Daquilo que os meus olhos se alimentam.

Indicam-me um remédio
E, subitamente, tudo volta ao normal
Tudo bonito e agradável, como parece
Até o ponto de o seu efeito passar
Sempre sinto isso
E não sei o porquê.

As doses sempre aumentam
Como um mecanismo de compensação da gravidade do problema
Mas eu nunca procuro a solução para isto
Na verdade, eu acho que o problema está em mim.

Na verdade, eu acho que o problema sou eu
E a solução também.

Por: Rafael Urquisa.