quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Chagas.

Nessa vida agonizante
breve, longa e sufocante
eu queria declamar,
morrer desesperadamente e pecar.
 

Juntar três amigos
e percorrer os lugares mais longínquos,
sempre sofrendo as chagas
de vidas passadas
sofridas, esquecidas
porem amadas.
 
Mesmo com tão grande sofrimento
a vida passa fazendo graça 

a ferida aberta logo sara
ou cai no esquecimento.

Por: Rossano Coutelo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Letra e música.


Desce e sobe

Pra descer ladeira
todo santo ajuda
mas pra subir, Meu Deus
é um Deus nos acuda.
é enfrentar uma nau de piratas
ser o alvo das facas no circo
nadar no rio com as piranhas
disparar num cavalo sem rédeas.

É quase um fuzilamento
é quase um fuzilamento, Meu Deus
e eu que desço e subo todo dia
é o mistério da minha alegria
é o céu, é o inferno
é minha agonia.
é quase um fuzilamento
é quase um fuzilamento, Meu Deus.

 Por: Romero Coutelo.
Blues enferrujado.

Um blues enferrujado
toca nas casas e colos molhados
meu grande erro foi perder
e acordar derrotado.

Minha vida segue como brasa
mas brasa perto de um desfiladeiro
como lixo dentro de um saco
indo a caminho do desterro.

Freud nunca se entendeu
por milhas de horas ao acaso
como vela que um dia morre
ou as mulheres dentro de um vaso.

A minha canção, a minha canção
sanfonas descompassadas
velhas, murchas e cansadas
procurando afinação.

A tua canção, a tua canção
piano novo com virilidade
adjetivos sem funcionalidade
encontrando a perfeição.

Todas as canções, todas as canções
aquele blues enferrujado
dependendo como for usado
pode mover multidões.


Por: Rossano Coutelo.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Minha escola de samba.

O tema da minha escola de samba
é você,
com vestido rodado, bordado,
que eu vou escolher.
E no carro de frente
Com toda essa gente
Todo mundo vai querer te ver.

Roda, roda a saia mulata
Mostra como é que faz,
Se eu não digo eu te amo hoje,
Não direi nunca mais.

Traz toda essa massa
Mostra a esse povo que passa
O porquê de te seguir
Só não conta a parte sem graça
Pois essa está por vir.

Diz a eles que já não me ama
Nosso bloco já parou há algum tempo
Você partiu para outra escola de samba.
E eu vou ter que arrumar outro passatempo.


Por: Rossano Coutelo.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

menino de Engenho.

Por que tu és magro menino?
-Não como, por isso não tenho porte.

De onde tu és menino?
-Sou da Mata-Norte.

Por que tu choras menino?
-Choro por que não tenho sorte.

E de que falta de sorte tu falas menino?
-Falo da falta de sorte do corte.

E o corte é fundo menino?
-Tão fundo, que me rasga
A alma e os dedos.
Me deixando a mercê da morte.


Por: Cícero Augusto.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Muito tarde bela.

Por que tu só se fizeste bela,
Quando nela,
Eu buscava um carinho?
Por que tu só se fizeste bela,
Quando na tela,
Eu não pintava mais sozinho?

Porque tu só se fizeste bela,
Quando a rosa branca na lapela,
Já não tinha mais espinho?
Por que tu só se fizeste bela,
Quando uma donzela,
Ofereceu-me um bom vinho?

Por que tu só se fizeste bela,
Quando da janela,
Eu projetava outro ninho?
Por que tu só se fizeste bela,
Quando ela,
Cruzou o meu caminho?

Por: Rossano Coutelo.