quinta-feira, 30 de junho de 2011


Pobre Raimundo.

Acima, distante do mundo
Do lado oposto do universo
A vida do pobre Raimundo
Só anda através do inverso.

Nem os loucos entendem Raimundo
E dentro do mundo que cria
Os tiranos governam com harmonia.

Nem os puros entendem Raimundo
No fundo ele também é puro
Às vezes se mostra inseguro.

Dentro do sonho de Raimundo
O primeiro vira segundo
O trabalhador vira vagabundo.

O maior mistério de Raimundo
É profundo é profano.
É do céu é subumano.

Talvez Raimundo seja nenhum
dentro do mar e da terra
talvez seja mais de um
dentro dessa enorme guerra.

 Por: Rossano Coutelo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011


Próprio tempo.

Quem me dera ser natureza,
Ser infinitude, imensidão,
Ser a própria história, meta-história não!
Ser o céu jogado ao léu.

Quem me dera ser pós
E não levar o algoz da modernidade.
Ser ao mesmo tempo;
Tempo e contratempo.
Ser um todo e compor,
Ser galho, rama e flor.

Quem dera ser mar
Para me estender por continentes.
Ser eternidade eternamente.
Quem dera ser a própria vida
Pois só assim, poderia escolher,
A triste hora da partida.


 Por: Rossano Coutelo.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A dor da dança.

A dor da dança é física
a dor da dança é corpo
é vivo, é morto
é dança.

Por: Rossano Coutelo

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Você não é Clarice?

Que mistério é esse?
Que inventas para mim?
Nem Clarice você é
Trate de dar um fim.

Como sabes que ela não me ama?
Se você não sabe amar?
Vai querer agora me provar
Que Clarice não existe,
Onde queres parar?

Deixe de prosa, de meninice
Você não é Clarisse
Para roubar meu coração.
Deixe agora de sandice
Nem parece com Clarice
Para dizer tanto não.

Só vi Clarice uma vez
Bem ao longe no escuro
Mas deu para ver com nitidez
Que ela me amava, contudo.


Por: Rossano Coutelo.