quinta-feira, 21 de julho de 2011

Elogio ao concreto.

Eu troco toda minha poesia
pela plenitude.
Troco todo lirismo  
pela concretude.
Troco o amor
pela razão
e de antemão
posso compreender
a complexidade existente
diante da mais pura raiz
enraizada no chão.

Eu troco as noites de luar
pela terra seca e pelo mar.
Troco a poesia descabida
por aquela que corta a carne
corta os olhos, corta a vida.
Troco o coração pela pedra
e o aperto de mão
pela reprodução
por si só.

Eu troco o frio na barriga
pela dor de cabeça,
e por mais estranho que pareça
troco a vida pela morte
não que a vida não me importe
mas só quero dela o que vem da natureza
e toda aquela beleza, eu não quero.

Por: Rossano Coutelo.

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