quinta-feira, 17 de junho de 2010

Socialismo Tupinambá.


Casa simples na periferia inglesa,
o proletariado explorado, O burguês vence.

Uma oca de palha na selva latina,
um ameríndio decapitado, Cortez vence.

O mar para todos, a sombra do jacarandá para todos
, o dorso desnudo, a fruta tropical.
Enfim o bem-estar social. Comunismo perfeito.
Nem mais nem menos, apenas um peixe na farinha de mandioca.

Numa viagem
Paraguaçu e Thompson
discutem O Capital numa canoa
a caminho de Moscou.

Em um quadro
Amoedo pinta,
uma retrato de Marabá
trabalhando numa fábrica
na Inglaterra do século XIX.

Num mural
Rivera pinta
Marx nas margens do Amazonas
debatendo com seringueiros.

Mais ou pouca valia,
não importa. Um gostoso
Beju é o suficiente.
Uni-vos, apenas na caça,
na oca e na mata.

O Estado é a natureza.
A ditadura é a do sapo, da onça,
do peixe, da árvore.
A prole sem o arado,
fábrica e nem salário.

Tudo se baseia no comum.
Tudo se baseia no social.
Tudo se baseia no natural.



Por: Cícero Augusto.

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