Tudo para nada.
Fui eu que arquitetei a tua estrada,
medi tudo para a sua passagem.
Plantei flores. Preparei um jardim
que tinha uma rosa com teu nome.
Fui eu que contratei palhaços para afastar tuas depressões.
Pesquei lulas coloridas para colocá-las em tuas mãos.
E pintei o fim do arco-íris no teu quarto, porque é lá
onde guardo meu tesouro.
Fui eu que construí nossa casa na mais alta das colinas,
para ficarmos mais perto das estrelas.
Comprei o mais requintado dos vinhos, para bebermos
em nossa viagem a Grécia.
Fui eu que preparei tuas paisagens mais lindas.
Cacei borboletas para pô-las em sua janela todas
as manhãs. Desenhava as nuvens, trazia os colibris,
aveludava a brisa.
Fui eu que esquentei teus pés nas noites frias.
Fazia o chá nas tuas tardes mornas.
E que acordava primeiro que você, todos dias, só para conferir se tudo corria bem antes que seus olhos abrissem.
Projetei alegrias, viagens,
brincadeiras, jantares, caminhos.
Tudo foi eu. E você, que indicou o fim.
Só não planejei te perder.
Rossano Coutelo e Cícero Augusto.
Poxa, existe mulher que dispense esse zelo todo?
ResponderExcluir:)
Poxa, existe mulher que dispense esse zelo todo?
ResponderExcluir:)[2]
aí é que elas dispensam. Riquíssimo, tomando vinhos requintados na Grécia, quando li esse trecho, sabia que Cícero tava no meio.
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