Cantigas para Ninar Menino de Rua.
Cadê o abrigo que ficava ali?
-O homem desativou.
Cadê o colchão que era para mim?
-O homem levou.
Cadê a comida que tinha aqui?
-Essa o gato comeu.
Escravos de Jô,
jogavam na Caxánga,
tira, tira,
deixa o menino sem brincar.
Guerreiro com Guerreiros,
fazem fila para comer.
Guerreiros com Guerreiros
fazem fila para comer.
Atirei o pau no gato, to, to
Mas o gato, to, to
era preto.
A ocorrência não ocorreu,
porque o gato era preto
e se fudeu. Miauu.
Se essa praça, se essa praça
fosse minha,
eu mandava a prefeitura
reformar.
Com banquinhos,
com baquinhos confortáveis,
para eu e meus irmãos
deitar.
Se eu roubei,
Se eu roubei um pedaço de pão
È porque não comia na FEBEN.
Se eu roubei,
Se eu roubei um pedaço de pão.
È porque o Sistema não me faz bem.
Hoje é domingo,
pé de Cachimbo.
O Cachimbo é de ouro,
vendo e compro de novo.
A pedra é valente.
Bate na gente.
E agente é fraco,
Cai no buraco.
O buraco do vício é fundo.
Acaba-se o mundo.
Por: Cícero Augusto.
Com a licença da palavra e na melhor das intensões, Cícero é FODA!!!
ResponderExcluirminha nossa...muito tocante!
ResponderExcluirbom mesmo Cícero!
issso é o tipo de poema que tem que ser divulgado! Gostaria de ver as autoridades lendo isso
Envia pro Programa do Jô.
ResponderExcluirMuito foda, velho. :)
Parabéns Cícero, muito criativo meu irmão. Peço a vc que dê um olhada na Batedeira e veja o poema "Quem é o ladrão?". De uma forma diferente, abordamos a mesma temática. Mais uma vez valeu a pena ter passado por aqui. Aquele abraço!
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