quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pouco que se sabe.

Vidas passadas, justapostas ao mesmo som,
Que estão em algum lugar colorido pelo amor,
Igualada na menor força possível,
Capaz de contemplar o admirável estado da solidão,
Termina-se juntando o óbvio ao complexo,
E assim mesmo a vida corre, sem pudor,
O amor que deveras se sente, hoje se fez o favor de não mais estar,
Tenta-se buscar onde não há, mesmo contrariando a existência,
Buscando o teor de cada mínimo acontecimento,
E desprezando acontecimentos maiores,
Contemplando os feitos, para poder seguir,
Iludindo o fato, pecando a cada passo,
Fazendo de si mesmo algo que não queres ser,
Mas se for preciso, para estar, então que seja.

Não que esteja sendo prejudicial,
Ou que fiz por insistir no impossível,
Na verdade, nem penso, deixo como a vida decidir,
Ganho com a perca, e nem percebo se não for,
Quem pode dar a verdadeira versão dessa história?
E sobra versão nesse mar?
Há versão na solidão?
Não lembras dos dias que me faltavas?
O fim é que juntos ficamos até o tempo deixar.

Pobre ilusão culpar o tempo,
Verdades que faltam. Isso sim se pode dizer,
Se fosse apenas isso, seriamos felizes,
O que se perde? Não sei ao certo!
O natural é poder dizer que o amor um dia acaba,
Fotografias vão ficar, músicas serão lembradas,
Algumas palavras, não fariam falta, a lua é testemunha!
Não podes negar que, quando me tinhas relaxavas,
A única versão no fim é a que por último é contada.

Rossano Coutelo.

20/04/2009

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