terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Filho de sol poente


Filho de sol poente quando teima em clarear
Troca noite pelo dia
E deixam todos a pensar

Aqui nesta terra fria
Nunca é sol, sempre é luar
Assim a noite sempre fica mais sombria

Mas, filho de sol poente a todos veio salvar
Não sabe a força que tem
Nem ao menos pode imaginar

Na terra de outrora além
Todos vivem a sonhar
Saudade do antigo luar, sempre atinge alguém

Maria, que nunca viu o sol
Agora está mais fria
Pensando que o amanhecer
Só a ela pertencia.

João, muito chateado
Pelo calor que fazia
Rezava pra todos os santos
Pra ver se anoitecia

E todos daquela cidade
Tinham que com o galo estar acordado
Mas como isso era possível?
Se com o sol o galo ainda não estava acostumado?

Acontece que foram tantos os pedidos
Que filho de sol poente altamente constrangido
Saiu daquela cidade todo reprimido
Que logo lançou um castigo:
-Todos que olharem para o céu ficarão cegos.
E assim a escuridão retomou seu lugar.

Filho de sol poente
Que só queria ajudar
Foi ajudar outra gente
Outro lugar clarear.

Rossano Coutelo.

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